Após fazer entre 4.000 e 5.000 vítimas no Brasil em um esquema de pirâmide financeira com movimentação fraudulenta estimada em mais de R$ 500 milhões em quatro anos, o mineiro Marcel Mafra Bicalho, de 34 anos, foi preso em um resort de luxo em Arraial d’Ajuda, distrito de Porto Seguro (BA).

Uma investigação de quatro meses da Polícia Civil de Minas Gerais permitiu que o suposto golpista e um possível laranja dele, Leonardo Oliveira Silva, fossem detidos preventivamente há cerca de duas semanas.

Nesta segunda-feira (19), a corporação vai detalhar o suposto crime e as investigações em coletiva de imprensa.

Uma fonte ligada às investigações, que preferiu manter o nome em sigilo, deu detalhes do esquema. “A gente percebeu que estava acontecendo esta pirâmide porque algumas pessoas denunciaram. 

Ele tinha uma plataforma de investimentos e uma equipe que oferecia investimentos em bitcoins (moeda virtual), com retornos altos”, conta a fonte.

Alta rentabilidade

No início do negócio, muitas pessoas de fato chegaram a lucrar com o investimento. A alta rentabilidade apresentada pela plataforma no começo colaborou para que novos investidores surgissem. Tanto que, nos últimos anos, pelo menos 10 mil pessoas apostaram suas fichas no negócio.

A rede de captadores prometia retornos dos investimentos a uma taxa de 30% a 100% ao mês, com um aporte mínimo de R$ 1.500. Em alguns casos, a taxa prometida chegava a 612%, dentro do período combinado com o cliente.

O problema é que, como toda pirâmide financeira, que depende exclusivamente do recrutamento de outras pessoas para haver lucro, essa também deixou de ser rentável. E a empresa simplesmente desapareceu do mercado, deixando as pessoas sem os retornos financeiros prometidos.

Junto com a empresa, Marcel também desapareceu. Há pelo menos seis meses ele passou a morar de aluguel no resort em que foi detido, pagando R$ 30 mil mensais. Marcel tinha até seguranças armados para se proteger dos credores.

O que diz a defesa

A defesa de Marcel Mafra Bicalho, composta pelos advogados Rafael Bernardes de Menezes Soares e Túlio Resende, sustenta que a prisão foi indevida.

“Se por acaso ficar configurado o fato delituoso, seria contra a economia popular, que não prevê prisão”, afirma Soares.

Ainda segundo a defesa, ele teria ficado recluso no resort por ter recebido ameaças e não para tentar fugir da polícia.

Fonte: O Tempo.





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