Cantor e compositor Brandinho.

Hidelbrando Pereira Lima ou popularmente Mestre Brandinho, foi um cantor e compositor de Pedreiras Maranhão. Pioneiro e uma grande referência de nossa música.  

Mestre Brandinho iniciou na música nos anos 60 aos 14 anos na Igreja São Benedito cantando e depois cantando e tocando violão, depois seguiu no caminho das artes organizando e participando de movimentos culturais nos bairros da cidade levando música e diversão.

No início dos anos 70 foi convidado a ser vocalista do Conjunto Musical Itaguaçu.

Em 1972 fundou junto com Sibá, Tio e Magalhães o Lendário Conjunto Musical Zingaros, que fez muito sucesso e fez Turnês nas principais cidades do Maranhão, Piauí e Tocantins que na época era Goiás.

Mestre Brandinho trouxe para Pedreiras as famosas  Serenatas de amor ao brilho da lua e do céu de Pedreiras.

Brandinho era sempre convidado a cantar nos casamentos das igrejas de Pedreiras com o seu gogó de Ouro e seu inseparável violão.

Muitas pessoas gostavam de ver Brandinho ensaiar na época dos Zingaros na sede do conjunto, momentos que serviram de inspiração pra os conterrâneos se apaixonarem pela arte musical e buscarem aprendizados associados aos desejos de seguir os caminhos de cantar e tocar violão, e  Brandinho tinha prazer em passar suas experiências de forma atenciosa e incentivadora.

Desde os anos 70 já era referência musical em sua terra. E, em meados dos anos 73 a 75 Foi coordenador dos primeiros shows de calouros, fazendo testes com os candidatos e os aprovados ele buscava entender quais músicas seriam mais apropriadas a cada candidato interpretar para que todos pudessem ter um bom desempenho em suas apresentações, e neste mesmo período Brandinho também foi a parte musical das primeiras peças de teatro de Pedreiras.

Em 1976 passou pelo conjunto musical Elison Pop que tinha como músico o seu primo Gonzaga e Raimundinho um amigo desde de a época dos primeiros shows de calouros. 

Um outro amigo também da época dos shows de calouros e da Serenatas Chaguinha assumiu o vocal dos Zingaros por um período até Brandinho voltar e continuar as turnês.

Porém, antes do retorno aos Zingaros Brandinho passou a acompanhar na guitarra artistas de nome nacional que vinham fazer shows no Maranhão e no Piauí, e lá no Piauí foi convidado a ser vocalista de uma banda. 

Depois no início dos anos 80 passou pelo Transistar, até tirando um carnaval no Pará.

Depois fundou junto com Riba de Alonso e Garrincha o Trio My Love, que fez muito sucesso em Pedreiras por muitos anos com outras formações após a saída de Brandinho antes do fim dos anos 80.

Mestre Brandinho trouxe as serestas para Pedreiras e todo o charme desse estilo musical que já fazia sucesso nas grandes Metrópoles do Brasil e montou um repertório enorme e que agradava muito o nosso povo da época.

Foi um dos fundadores, ao lado de outros amigos, da APOESP ( Associação dos Poetas e Escritores de Pedreiras), que foi fundamental para o desenvolvimento dos nossos poetas e escritores, surgindo novos poetas o que fortaleceu a criação da nossa Academia Pedreirense de Letras...

Muitos poetas e compositores costumavam visitar Brandinho pra mostrar suas obras, pedir opinião, conselho. Suas palavras davam forças aos artistas que buscavam se desenvolver no musical e poético.

Convidado a escrever prefácios dos livros SOS libertação de Samuel Barreto e Do Coração do Poeta de Edvaldo Santos.

Brandinho foi produtor do CD É DIOURO A TERRA DE JOÃO, com as parcerias de seus amigos e parceiros de arte Nonato Matos e Samuel Barreto. 

Muitas vezes Nonato Matos ia até a casa de Brandinho de moto ou de carro pra irem atrás de patrocínio, e o desejo em realizar o projeto era tão grande que tiraram dinheiro do bolso pra completar o orçamento, no final deu tudo certo e Brandinho gravou uma de suas obras intitulada Nos olhos de um sonhador, de autorias de Brandinho, Samuel Barreto e Daniel Lisboa, assim também como foi gravada por Josivan Pereira outra canção, Sem Abstração de autorias de Nonato Matos, Brandinho e Daniel Lisboa, está obra já havia sido vencedora do Festival de Música de Pedreiras de 1997 interpretada por Josivan Pereira.

Algumas de suas obras já foram vencedoras em primeiro lugar de Festivas em cidades maranhenses. A exemplo de Homem Sem Nada em Pinheiro, Sem Abstração em Pedreiras, Afã e Sina em São Luís, Coração da Ílha em segundo lugar em São Luís...

Um dos festivais de sua terra Pedreiras foi realizado em sua homenagem! O Troféu levava o seu nome, Troféu Brandinho.

Foi homenageado em poesias e canções por Muitos de nossos artistas.

O seu cantar era melodioso e poético,

O seu talento encantava e criava muitos laços de amizades, e conquistava a administração de muita gente.


Lá vinha o Mestre com o seu violão,

um sorriso bem largo e livre. 

Entre amigos e sua prosa tão pura 

ecoava histórias de alma madura. 


Seu canto leve cruzava o ar, 

palavras doces a nos abraçar, 

quem ouvia sentia o coração pulsar no ritmo da canção. 


As amizades ele sempre firmou com carinho e amor, 

ele aqui deixou lembranças vivas na roda encantada, 

seu timbre marcava momentos simples, mas tão reais e puros.


Brandinho tão cheio de luz nas notas suaves,

e um repertório imenso e diverso, 

seus olhos brilhavam ao relembrar! 

tantas memórias e homenagens que soube guardar. 


Quantos sonhos embalados por essa arte que nasceram em seu peito, todos nós fazemos parte desse passado ao ouvir no presente esse gogó de ouro potente, 

a melodia a vibrar, e vibrar com muito estilo da alma ao coração.


Mestre Brandinho quis um mundo a iluminar com os seus olhares fixados no brilho do instante.


A plateia recebendo aquela energia branda e suave ao mesmo gosto,  curando até mesmo as almas mais duras a cada sol e lua,  provocando muitos sorrisos e sabores que a vida pode nos proporcionar.


Um mestre que canta com o coração naquela canoa do pescador, lá soltou o seu canto, o Rio Mearim levou a melodia como encanto e contou em segredos à famosa pedra grande. 


O ar era outro, bem leve!

aquele refrão cruzou-se em sintonia da natureza aos quatro cantos desta terra, passando pelo santuário onde a fé expande. Alugou casa com o quintal banhado pelo Mearim só pra alí pescar. 


Dias antes de morrer um grupo da igreja o visitava, cantava e dizia palavras bíblicas, mas uma delas perguntou o que ele gostaria de realizar naquele momento, e sem pensar disse querer descer o Rio Mearim de canoa cantando com o seu violão, tomando um Campari bem gelado e sua esposa ao seu lado tomando uma cerveja. Foi de encher os olhos de lágrimas!

 

Seu canto vive em cada ventre silente. 

Mestre Brandinho é farol reluzente. 

Eita, que seus dons provém do amor e sua ternura é bem, mas confortavelmente bem forte e latente .

 

Nas serenatas de amor

Mostrou sua luz, 

foram noites quentes!

ele fez da música atitude. 


As donzelas ouviam o som do seu violão lá das varandas, 

as notas brilhando no horizonte da sua arte e a absorvição dela em plenitude,  

simplesmente é sua própria sina seguindo o clarão das estrelas e a música vivendo onde o vento quer tocar, 

e por onde passava ali nascia uma flor divina.

 

Cantou sua alma abaixo do céu brilhante

e seu violão vibrou na palma que semeia. 

A melodia solta ao tempo 

que clama e diz que a vida é uma canção

pois dos Zíngaros trouxe o sonho e a raiz, 

no trio My Love foi trovador aprendiz em uma nova etapa na busca de uma nova emoção.

Pedreiras guarda sua história nos vôos dos sons de cada canção.

 

Sua voz esteve presente em momentos históricos e marcantes.


De inaugurações a grandes produções culturais. 

lá era o início de contos, 

vidas sendo desenhadas nas histórias dos atuais... 


Atuais amores, frutificando desde o CPP, sua voz realmente por muitas vezes foi ao altar e casou muitos casais.

 

Foi mestre não só em suas manifestações culturais, 

mas um grande mestre dos conselhos, da humildade, da solidariedade, ao só ouvir com aquela amizade límpida, inocente e genuína como uma árvore que cresce.

 

 A viagem terrena para a viagem Celestial...


Os últimos momentos de um grande homem, 

Que viveu intensamente! 


Visualizando pela última vez a movimentação do trânsito da cidade em que espalhou artes por mais de 50 anos!...que ajudou a levar alegria, diversão nos palcos de momentos humanos...


Os conterrâneos e amigos em suas rotinas nas ruas...

Ele foi passando pelas paisagens tão íntimas.


A despedida do respirar os últimos instantes do lugar escolhido por Deus para partilhar simplicidade, humildade, carinho, afagos, sorrisos, conselhos, o seu cantar, o som de seu violão, o apoio a quem queria ser artista, deixou suas flâmulas ao balançar dos ventos de sua terra.


O olhar da saudade antecipada...no carro da esperança, instantes longos, viagem profunda.


O abrir dos seus olhos no último piscar o fez  enxergar Deus, que o chamou pra dividir seu amor e alegria lá no paraíso.


Com certeza vai preparando nosso cantinho pra um dia estarmos todos juntos na vida eterna... Até um dia meu pai.






















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