Foto: Reprodução.

O enfermeiro Higo resolveu se manifestar sobre sua comemoração da morte do prefeito de Santa Quitéria, Alberto Rocha, que morreu aos 45 anos em decorrência de complicações da covid-19. 

Em contato com o jornal O Imparcial, o enfermeiro disse estar arrependimento pelo ato praticado e pediu desculpas aos parentes do prefeito, especialmente aos pais e ao irmão, conhecido como Tosa, e também à população da cidade. 

“Eu estava de cabeça quente”, justificou Higo, relacionando a atitude dele a problemas enfrentados com a gestão municipal. 

Higo Cunha relatou à reportagem que, por diversas vezes, utilizou o próprio veículo particular para transportar pacientes de Santa Quitéria para unidades de saúde de Chapadinha (MA) e de Parnaíba (PI), distantes de Santa Quitéria cerca de 100km e 140km, respetivamente. 

O enfermeiro contou que buscou ressarcimento do poder público municipal por esses serviços, mas diz não ter recebido nem o reembolso dessas viagens com as quais afirma ter arcado, nem valores referentes a plantões do mês de fevereiro deste ano. 

Sem receber os pagamentos, Higo diz ter ficado revoltado com a administração municipal e, para tentar juntar provas, chegou a ir até a casa de uma idosa que ele ajudou a socorrer, em uma dessas viagens feitas no próprio carro. 

Lá, Higo pediu que a idosa e o marido dela gravassem o testemunho que seria apresentado na tentativa de forçar o pagamento da dívida com o enfermeiro.  

Após a repercussão do vídeo, Higo contou que teve que sair do município, pois, segundo ele, sofreu ameaças de morte. “Meu tio me ligou na manhã do domingo e disse que queriam me matar com três tiros na cabeça. 

Imediatamente, deixei a cidade para preservar minha vida”, revelou. O comandante da Polícia Militar no município, sargento Chagas, informou que não tem conhecimento de qualquer ameaça sofrida por Higo. 

O enfermeiro assegurou que, tão logo consiga, irá registrar um boletim de ocorrência contra as intimidações, que ele não revelou de onde partiram. Higo Cunha afirmou que também vai ingressar com uma ação na Justiça contra o autor do vídeo que acabou viralizando em grupos de conversas nas redes sociais. 

Sobre a cassação de registro profissional sobre a nota de repúdio divulgada pelo Coren-MA, Higo comenta: “Não cometi nenhuma negligência ou imperícia”, enfatizando que não vê possibilidade de haver punição com a cassação do registro profissional, pois ele não estava no exercício da profissão. 

O enfermeiro Higo Cunha foi flagrado no último sábado (06) soltando foguetes e comemorando a morte do prefeito Alberto Rocha, que faleceu na UTI do Hospital Dr. Carlos Macieira, em São Luís, vítima da Covid-19. Alberto Rocha foi o primeiro gestor maranhense, no exercício do mandato, a perder a vida para a doença, que já vitimou mais mil pessoas no estado, além de ter infectado mais de 45 mil. 

Com a morte prematura, a Famem e dezenas de prefeitos emitiram nota de pesar. 

No vídeo, Higo diz que aquela era a ‘homenagem à morte’ de Alberto Rocha, mencionando ainda termos como “não me pagou”, “ladrão”, “vagabundo” e “vou voltar pro hospital”. 

O ato foi considerado absurdo, desumano, inaceitável e criminoso, ainda mais vindo de alguém que fez juramento para preservar vidas. 

Com informações de O Imparcial e Antenor Ferreira.





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